segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

De volta ao passado

Imagens vem e vão sem pedir licença
Lembranças eternizadas num porta jóias
Álbuns guardados que referencia uma vida
Sentimentos contraditórios buscam um repouso.
Descendo a rampa meu coração acelera
Busco um lugar para repousar meus pés cansados
Com uma alegria nos braços seguro-o como um troféu
Com uma coragem mentirosa figuro uma estátua altiva.
Observo, observo as paredes, elas sabem de tudo
Observo, observo o tablado que guardas passos antigos
Observo, observo rosto que já testemunharam uma promessa
Observo, observo o ar que guardam as palavras
Tudo parece bem, normal , feliz.
Olha atentamente e vejo desconforto
Olho mais atentamente e observo que estou sendo seguida
Olha mais ainda e consigo registrar as almas inquietas.
Estou embebecida com este cenário
E não percebo a chegada de uma indecência
mas logo sinto que todos os olhares se intensificam
e sou forçada a olhar o que não queria.
Isso dói, não é bom
Meus olhos quase deixam escapar uma lágrima
Eles pesam e com o socorro do pescoço viro por não suportar uma vergonha
Estou inquieta, insegura, e triste
Triste por um dia ter acreditado que valeria a pena
Triste por descobrir maldades inventadas
Triste pela promessa ter sido quebrada
Triste por ter sido inocente e exposto sentimentos nobres.
Agora minha alegria chora e tenho que ir para o fundo
Alimentá-la para ficar mais forte, ela também está inquieta
Vejo as costas de quem um dia já foi inocente
Vejo os cabelo de quem um dia já foi eterno.
Quase no final, já estou bem
não tenho o compromisso de ser bem comportada
não tenho a aliança de cumprimentar quem eu não quero
perdi a etiqueta no ralo que levou também a minha boa educação.
Levanto, e a cada minuto bocas de todos os lados
vem me contar o que falaram, o que inventaram
o que tentaram.
Levanto e saio mais ereta ainda
A cada palavra falada, escutada, é a centelha que me
faltava para reforçar que fiz a escolha que realmente queria fazer
A cada beijo recebido me alimenta para continuar a tentar ser transparente, sem medo de ser
quem um dia era só um rabisco.
A cada despedida uma promessa de que promessas não são eternas, que estátuas se mexem
e que costas se curvam pois não tem coragem de gritar o que realmente querem
Mas por um milagre, minha raiva por estas costas passa
Por um milagre suas mentiras não pesam mais pra mim
Por um milagre a outra escolha já não mais me afronta
Por um milagre me curo de um dor que era profunda.
Finalmente ao dormir já estou bem!
Sem raiva, sem inquietação, leve e com um "q" de saudade da antiga costa e
Com um "q" de sorriso por lembrar de coisas que foram boas
Mas não quero estas costa de hoje, esta eu não conheço, não desejo
R assim durmo ratificando novamente que a força que me derruba é a mesma
força que me traz de pé
E me levanto , de novo, de novo e de novo!
DNA
23:54
30/11/2008

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