domingo, 16 de março de 2008

Mundo

Não existe saída, não existe retorno, não existe esquecimento. As coisas acontecem e não se apagam. Palavras malditas, palavras não ditas, comunicação encerrada. Cada um fica com a sua história, com o seu entendimento e o diálogo não revigora. O homem é assim. O mundo é assim. Eu sou assim.Todos vivem em conjunto mas extremamente sozinhos. A dor é maior do que minúsculas sensações de alegrias. O peso do corpo fica mais evidente, a respiração mais cansada e as mãos menos expressivas. Não dá tanta vontade de falar a qualquer tempo. Não dá vontade de conversar por prazer, porque o prazer é escasso e requer uma abertura muito grande que com o tempo não se tem mais vontade de abrir. O meu mundo se fecha e comigo os meus medos e minhas inseguranças e decepções. A coleção de desapontamentos e do mesmo tamanhos de que minhas ilusões. Não coleciono mais ilusões. A porta da esperança era um brinquedo que se quebrou. A visão de hoje é completamente diferente de 04 anos atrás, ela mudou, porque mudou?? Não sei! Foi melhor, não, hoje , agora , neste exato momento não foi. A cegueira é muito mais prazeirosa do que a visão. Ela só usa a imaginação e se cria a ilusão. A visão nos mostra o lado real das pessoas, e te faz ter que optar. Não sei optar, não sei o que é melhor, só sei que hoje a dor é mais próxima, as pessoas são mais longe, e eu fico no meu mundo observando e esperando.... O que? Não sei... talvez eu nunca venha a saber.

16/03/2008
23:29 hs
DNA

2 comentários:

caio disse...

belo texto...é isso aí...o caminho é muito solitário! mas saiba que existe muita gente no mesmo caminho...às vezes rola parar um pouco, dividir a água do cantil..depois, é mochila nas costas, sol na moringa e bola pra frente...sozinho

beijos

D.N.A. disse...

Caito,já falamos bastante neste assunto de "solidão e escolhas" nos nossos encontros né! Sempre tive medo deste rumo que eu estava indo mas, por algum motivo, nao conseguí parar....Vc é um amigo que paro para dividir a água do cantil...bjs