quinta-feira, 16 de abril de 2015

Parede humana

Paredes criam vidas
E suas veias saltam
Procurando uma menina
A menina que ainda chora.

Paredes com seus olhos grandes
Penetrantes e certeiros
Logo acertam sua vítima
Deitada no travesseiro.

Elas pegaram a menina
E nela querem misturar
Pra consumir seu sangue
E outra parede criar.

Quando a escuridão entra
Tenta a menina ajudar
Mas com uma força mística
Elas começam a se juntar

E assim a mistura inicia
Entre apertos e soluços
Mas o silêncio presencia
Seu cortejo fúnebre

Uma nova parede nasce
Entre roupas, loucas e papéis
Cada ano com mais força
Mais uma parede de fel...

Naquela casa  o tempo passa
E sem ar o quarto fica
Cada dia mais escura
Cada dia mais entristecida.

Só a janela é testemunha
De um crime sem fim
De tentativas de ida
Mas de um fim infeliz.

Daise Amaral
23h17min
17/04/2915



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