domingo, 14 de dezembro de 2014

Expresso 182

Um surto de desespero
Um sufoco pela varanda quebrada
Um ultimo olhar de alguém
Alguém que fugiu de tudo para não viver a mesma dor
Alguém que fez de tudo para não ter um novo pesadelo.

Uma lâmpada quebrada
Uma pia suja
Um quarto desocupado
Um espaço vazio.

E os cacos de cada cristal quebrado
Foi desesperadamente selecionado
Para uma cola suja
E um quintal abandonado.

Um alguém, uma criança
Um sonho, um castelo, um brinde
Uma viagem, uma queda, uma lágrima
Um adeus e um novo adeus.

E, de adeus em adeus vai se innndo
A lugar nenhum, a um pesadelo
E a cada adeus, uma nova dor, uma nova desilusão
Uma nova responsabilidade.

Silepses de um novo vestido
Rasgado e jogado ao chão
E a cada ruga um novo cadeado
A cada adeus uma cicatriz.

Corta-se as luzes
Suspende o cinema
Fechem as lojas
Abram os bancos.

Uma nova fase
Um novo além
De um alguém que não cuidou
De um replay que se mostrou.

A menina assustado a beira da cama ressuscita
E com seus dois ursos se enrolam
Para não passar frio
Para não sofrer tanto da luz que se foi.

€€€€€€€€€€€€=.
De novo ta escuro!

DNA
02:18am



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